Depois do grande sucesso de “Inspiração é Respirar”, o Teatro Universitário do Minho aborda de novo o imaginário lírico de João Negreiros. O espectáculo é uma fusão de poemas antigos e inéditos. O naturalismo, a emoção aliados à dimensão sonora da poesia dão a toda a performance uma sensação visceral e palpável, aproximando os poemas dos anseios, medos e problemáticas do próprio público. É um espectáculo alegre e soturno, épico e intimista, hilariante e dramático. As vozes de tessituras diferentes fornecem uma paleta sonora muito abrangente dando cor e alma à literatura que já de si a possui. Momentos únicos com os quais o público se identificará.
É a poesia para pessoas primeiro e para poetas depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para leitores depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para pessoas agora.
É a poesia para pessoas primeiro e para poetas depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para leitores depois.
É a poesia para pessoas primeiro e para pessoas agora.
Botão de campainha
Não há flores na campa do Narciso
não há flores na campa da Margarida porque morreu a florista
não há quem os regue com o sal das lágrimas
não há quem os lave com a água dos olhos
não há quem afaste os cardos com esse ancinho ancião que coçava as [costas dos finados
a Rosinha morreu
a Rosinha morreu e a irmã mais velha chora de secura a sua lápide
o seu jazigo de suores frios
e todas as flores estão secas mortas salgadas
e nada podem fazer pelos mortos que estão moribundos
a florista morreu e o cemitério está vivo
os mortos levantaram-se para consolar as flores
Não há flores na campa do Narciso
não há flores na campa da Margarida porque morreu a florista
não há quem os regue com o sal das lágrimas
não há quem os lave com a água dos olhos
não há quem afaste os cardos com esse ancinho ancião que coçava as [costas dos finados
a Rosinha morreu
a Rosinha morreu e a irmã mais velha chora de secura a sua lápide
o seu jazigo de suores frios
e todas as flores estão secas mortas salgadas
e nada podem fazer pelos mortos que estão moribundos
a florista morreu e o cemitério está vivo
os mortos levantaram-se para consolar as flores
in O Cheiro da Sombra das Flores
Preço: 2.5€ estudantes 4€ não estudantes.
1 comentário:
Muitos parabéns à equipa do TUM, finalmente uma companhia de teatro que faz teatro, que realmente chega às pessoas, que não se limita demonstrar uma expressão de sentir fora de si, alienada do verdadeiro sentido das palavras. Será certo que o facto de serem dirigidos por esse talento da natureza João Negreiros, o qual admiro profundamente a sua obra, quer poética e dramática.
Muitos parabéns ao João Negreiros e ao TUM. Foi surpreendente este espectáculo.
Continuem. Espero ver-vos a crescer como têm feito até agora.
Aguardo mais notícias vossas na vossa itinerância.
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